quarta-feira, maio 03, 2006


NO FUNDO DO MAR
É no Mar que mergulho,
me transformo em mulher-peixe.
Abro as guelras, e sugo os líquidos salgados,
fonte do prazer.
Serpenteio as barbatanas por entre os tubarões que me ignoram.
Junto-me ao cardume dos pequenos peixes, que vibram,
estremecem, poetizam, nadam velozmente contra os poderosos.
Numa gruta me escondo de quem mal me quer fazer,
e espero, espero longamente, um peixe para acasalar,
antes que a onda regresse,
e á terra me faça voltar.
Teresa David-quadro de Magritte

4 comentários:

Conceição Paulino disse...

muito bem ilustrado o sentir de perigo,ameaça e desenraízamento (das maiorias)k a vida nos vai passando. bjs fraternos cheios de :)

Conceição Paulino disse...

muito bem ilustrado o sentir de perigo,ameaça e desenraízamento (das maiorias)k a vida nos vai passando. bjs fraternos cheios de :)

por um fio disse...

Olá, boa tarde minha amiga!
A imagem que escolheste é muito bonita. E Magritte é sempre uma boa escolha...
Lindissimo e tão sensual o teu poema!
«Na gruta me escondo de quem mal me quer fazer...»... lembra de alguma forma (talvez pelos medos expressos) o Covil de Kafka...
Porque é que a humanidade exprime tantos medos? Porque somos ensinados a ter medo? Porque desde pequeninos nos ameaçam com o «papão»?
Continua a serpentear as tuas barbatanas... e junta-te sim aos peixes mais pequenos, mais autênticos... é gratificante ouvir os seus poemas e sentir as suas emoções e como se organizam na luta contra os tubarões.
:)
Um beijo

Unknown disse...

TERESA HOJE É PREFERIVEL VIVER NAS PROFUNDESAS DO OCEANO E NÃO VOLTAR Á TERRA POIS NO FUNDO DO OCEANO VIVEM SERES MARAVILHOSOS COMO O DA FIGURA K ILUSTRA O POEMA