terça-feira, junho 27, 2006
TERAPIA DA COR (2)
Mas é no vermelho que me revejo. No escarlate do sangue que com dificuldade me corre nas veias entupidas. Mas também na ajuda da folhagem, que me faz conseguir trepar o muro, e chegar ao cimo e espreitar para o outro lado, não ficando assim confinada, a um Mundo fechado entre quatro paredes. Olhar em volta e procurar a imensidão pois só com uma visão periscópica podemos ir além de nós próprios e estar atentos ao que nos rodeia.
Teresa David
sábado, junho 24, 2006
quinta-feira, junho 22, 2006
O branco será o luto, o repouso deste efémero caminho que trilhamos, com alguns buracos no chão que nos fazem tropeçar
O lilás é água manchada com as nódoas negras dos sentimentos
CONTINUA
terça-feira, junho 13, 2006
A ULTIMA LARANJA
Laranja única, fora de época, isolada entre folhas verdejantes.
Sumarenta, de cor vivaz, todos a temem colher.
Olham-na, esticam a mão, e retiram-na com a rapidez do temor ácido.
Laranja única, á espera do temerário que perceba que o seu sumo ainda é doce, apesar da solidão que a envolve.
Teresa David-foto minha
quinta-feira, junho 01, 2006
JEANNE HÉBUTERNE
Fiz um suicídio dos sentimentos amorosos dentro de mim
por saber que o Amor é fatal.
Há quem ame a vida até ao limite de cedo esgotá-la em vícios que a superlativam, mas a destroíem.
Há quem ame alguém até ao limite de se matar prenha de 9 meses pela perda do homem amado.
Nada disto faz sentido, e contudo, tem o sentido do ultrapassar das regras religiosas e humanas que nos obrigam a viver além da nossa vontade.
Assim, já que temos de morrer impreterívelmente um dia, porque não pelo derradeiro e inultrapassável Amor fatal?
Fiz, como disse antes, um suicídio dos sentimentos amorosos dentro de mim, porque não quis seguir o exemplo das Jeannes deste Mundo, que respeito e admiro, mas apesar de tudo, prefiro não me demitir de mim.
Teresa David
Teresa David-desenho de Jeanne Hébuterne por Modigliani.