segunda-feira, dezembro 31, 2007

ANIVERSÁRIO MEU BLOG FOTO RETIRADA DA NET

Amanhã dia 1 de Janeiro de 2008 o meu blog faz 2 anos que quero comemorar aqui com todos vós, partilhando estes bolos bem "apessoados".
Ocorreu-me a ideia, que sinceramente achei graça, de republicar o 1º post datado de 1.01.06, porque, obivamente, grande parte de quem hoje me lê, nesse altura nem sabia que eu existia!
Coloco a mesma frase de abertura mas ilustrada com uma foto agora tirada a mim própria.

Sunday, January 01, 2006
AO TRINCAR UMA MAÇÃ PERCEBI QUE O PECADO NÃO EXISTE!

Fico satisfeita por alguém ter ficado agradado com o meu primeiro envio de poesia.Gosto particularmente de formas de expressão que de uma forma sucinta traduzam uma ideia. Pessoalmente, alguns anos atrás, dediquei-me a escrever alguns aforismos. Guardei 2 de memória, porque privilegio tentar alguma forma de humor, de preferência que não descambe em graçola de mau gosto, em oposição a linguagem derrotista ou pessimista. Aqui vão:

"Não como batatas a murro porque odeio a violência!"

"Foi depressa para esperar!"


Um abraço para todos

Teresa David

quinta-feira, dezembro 20, 2007


NATAL
Já que o meu Natal irá ser inevitavelmente sem cor, desejo a todos que o festejem, colorindo-o com as cores que mais apreciarem.
Um forte abraço aos que sempre me têm visitado e acompanhado, ao longo de quase quase dois anos de blog, que completarei no 1º dia de Janeiro.
Teresa David-foto minha

quinta-feira, dezembro 13, 2007



O VAI-VEM


Dia 30 de Novembro fui para o aeroporto, esperar, ansiomente, a chegada do meu filho da Holanda.

Já se tornou banal para mim, por esta altura, passar horas infinitas no átrio de espera da Portela, que é um foco de gripes, que, invariavelmente, tenho, de cada vez que ele vem. Passo a explicar: os bancos alinhados em frente á zona donde saiem os passageiros, têm, por detrás a porta de saída para a rua, o que torna a zona extremamente desconfortável.

Mas, rever a cria acaba por ser mais importante do que o arrepio que logo me invade o corpo.

Nesta época, a recolha das bagagens torna-se bastante mais morosa, logo, tive de esperar mais de duas horas para vê-lo aparecer na porta larga.

Detesto esperar, assumo, mas detesto ainda mais ficar entediada, por isso, aproveito estas demoras para ir olhando em redor a movimentação de quem chega, de quem parte e de quem espera.

Desta feita, estava eu nas minhas observações quando vi aflorar á porta larga da saída da recolha das bagagens, um homem esquálido, com um saco de plástico na mão, com um aspecto que indicava sem margem de dúvidas, ser um sem-abrigo. Obviamente que as minhas antenas ficaram logo no ar!

Vi-o ir até á porta da rua, voltar a entrar e tentar ultrapassar a saída dos passageiros, o que é completamente proibido e uma inversão do habitual.

Um segurança foi ter com ele que nem abriu a boca, ficando estático em território intermédio entre a entrada e saída.

Para minha estranheza vi chegar outro segurança que cochichou algo ao ouvido do primeiro, tendo de seguida o sem-abrigo, de cabelo todo grisalho preso com um elástico e rosto percorrido por sucalcos de rugas, entrado novamente para a zona das bagagens.

Como, entretanto, vagara um lugar nas cadeiras, fui-me sentar, mantendo-me alerta ao seguimento do que se desenrolava perante o meu olhar.

Passados breves instantes ele voltou a sair, agora com dois sacos de plástico.

Durante o tempo que permaneci no local, consegui contar vinte entradas e saídas.

Como não gosto de histórias sem final feliz ou não, acabei por perguntar ao segurança o que o homem andava a fazer, ao que recebi a curiosa resposta:

Olhe, coitado, ele não tem onde cair morto, mas adorava viajar. Por isso, os meus superiores decidiram fechar os olhos e deixá-lo andar neste vai-vem que tanto prazer lhe dá, e a nós não nos incomoda pois entra mudo, sai calado, e, particularmente, não se mete com ninguém.

Domingo irei levar o meu filho ao aeroporto para regressar á Holanda, mas aí nem quero entrar, para não sentir mais de perto a ausência que ficará instalada em mim.


Teresa David-foto retirada da Net do Aeroporto da Portela

sábado, dezembro 08, 2007



SERPA

Para quem goste, como eu, de grandes espaços abertos, planícies ou a imensidão do Mar, o Alentejo, será certamente, território do seu agrado.

No regresso de Espanha entrei em Portugal por Rosal de la Frontera, e tornou-se incontornável pernoitar e passar um dia nessa cidade alentejana onde não me atrevo a deitar uma beata para o chão, ou qualquer outra espécie de desperdício, de tal forma são limpos os passeios, estradas e imaculadas, na sua alvura virginal, as casas que se aconchegam umas nas outras.

Altaneiro, o castelo, proporcionou-me com as figuras que o passar do tempo esculpiu na pedra, imagens singulares e belas.

Também em Serpa travei conhecimento tardia com uma pequena felina, mãe de quatro irrequietos gatitos, a qual de mim se abeirou já quase, quase, na hora da partida.

Agora, já algum tempo decorrido sobre aqueles dias que se transformaram em três semanas, que voaram com a irredutibilidade da pressa do tempo, a rotina reinstalou-se nos meus dias acompanhados pela graciosidade dos meus bichanos, e ,por apenas duas semanas, a presença do meu filho mais novo que aqui está a passar as férias, para regressar em breve para a Holanda onde se encontra a trabalhar vai para dois anos.

Contudo, restam sempre os amigos que tanto me acarinham e por casa, os olhares verde e cinza, o doce ou mais intenso miado, da cumplicidade desses companheiros de quatro patas de todos os momentos. Teresa David- fotos tiradas por mim

quinta-feira, novembro 29, 2007


PASEO DE LOS TRISTES EM GRANADA


Quando se volta ao cabo de muito tempo a um mesmo sítio que mexeu com as nossas emoções, neste caso estéticas, por vezes gera-se um sentimento de desilução. Não desta vez em que passear de novo no Paseo de los tristes, me reactivou a sensação de bem estar já vivida.
A muralha guarnecida de vegetação que subia até faustosos palácios,

o pequeno riacho translúcido, albergue nas suas margens, de gatos que se apinham sobre pequenas rochas. Á esquerda o desenrolar de arquitectura mediaval ou renascentista, bem cuidada como todo o património em Espanha.



Para descanso das caminhadas escolho sempre uma esplanada num sítio embelezado pela natureza ou construções com a pátina dos tempos.

Daí ter repousado as fatigadas pernas cercada pelos diversos encantos do local, que, voltei a mirar no regresso a casa.
Teresa David-fotos tiradas por mim

quinta-feira, novembro 22, 2007

ALHAMBRA

Tinha 3 anos quando uma das minhas tias me trouxe de Granada a Paquita, boneca feita de pasta de papel, mas exactamente do meu tamanho, que se transformou na cúmplice das minhas sedentas curiosidades. Esventrei-a completamente, em improvisada e solitária aula de anatomia. Retirei-lhe a longa cabeleira negra, estudei o elaborado pestanejar, acabando por lhe arrancar os olhos, para, com mais rigor, perceber o seu mecanismo. Como facilmente se poderá perceber acabou num mono assustador que fez fugir a sete pés o filho da porteira do meu prédio, um dia que decidi mostrá-la, como troféu das minhas experiências.
Contudo, o que realmente me foi oferecido pela minha tia, após ouvi-la narrar a viagem, que mais me deslubrou, foram os postais dos palácios e seus jardins, que fixei se chamaram La Alhambra.
Tal nome colou-se-me á memória, bem como a enorme vontade de penetrar no cenário dos contos das mil e uma noites que meu pai, na altura, me contava.
No entanto, só em 1997 o meu sonho tomou forma, quando, com o corpo mais ágil e escorreito do que hoje, subi uma enorme escadaria e alcancei a realidade dos meus sonhos infantis.
Agora, decorridos dez exactos anos, voltei ao Alhambra. Desta feita de autocarro. Ao avistar, ao longe, as escadas que anteriormente tinha galgado, um ligeiro arrepio me percorreu, perante o sentimento de impotência de poder voltar a fazê-lo.
De novo o bordado da pedra me encantou. Os jardins permanentemente em manutenção também.

Somente o excesso de visitantes que inundam sempre aquele espaço me destruíu a possibilidade de visualizar, na minha imaginação, algum sheik acompanhado pela Sherezade afundada em cochins a contar-lhe histórias, ou ondulando umas bem deliniadas ancas, ao som de exótica música árabe.
Teresa David-fotos tiradas por mim








sexta-feira, novembro 16, 2007

MAIS GUINCHO SELVAGEM

Árvore com paisagem


A decrepitude de algumas caravanas abandonadasque se tornam o lar dos inúmeros gatos que habitam o parque
Mais arquitectura de troncos de árvores envelhecidas


A arquitectura natural das pedras com adereços ou não


Teresa David-fotos tiradas por mim








domingo, novembro 11, 2007

A ARQUITECTURA DA NATUREZA


Esta semana para aproveitar estas belos dias ensolarados, aceitei de bom grado o convite dos meus amigos com quem estive na Itália, que, agora, estão no Parque de Campismo do Guincho, para ir até lá. Conseguiram um espaço mesmo em frente ás dunas e mar,

que proporciona uma paisagem daquelas que costumo dizer lavarem os olhos e a alma, onde me quedei algum tempo a manter o aspecto colorido, pelos seis meses de idas á praia que fiz este ano.

Como eles raramente prescindem de umas duas horitas de sesta aproveitei para fazer uma caminhada ao redor de todo o parque que é bastante vasto e repleto de árvores de formas caprichosas que me deliciei a fotografar. Aqui vos deixo o testemunho disso.













Teresa David-fotos por mim tiradas














terça-feira, novembro 06, 2007


AINDA O TABLAO



Para não dizerem que sou egoísta fiquem com este cheirinho de Sevilhanas bem dançadas.





Teresa David-foto tirada por mim em 1997 em Sacromonte (Granada)

domingo, novembro 04, 2007

TABLAO

Em Albaycin deu-se a magia. Em redor do pequeno tablao, apinhavam-se, em cadeiras rústicas, pessoas de todo o Mundo.

Quatro boas dançarinas, com o salero estampado nas faces, batiam palmas,
enquanto um homem aciganado fazia soltar os sons guturais tão característicos do cante.
Um rapaz bastante jovem, de pele anormalmente alva, nada comum num bailarino de flamenco, invadiu o palco. Na cara a expressão concentrada de quem sente o que está a fazer. Os pés moviam-se em ritmo de tempestade, as mãos empranchavam-se percorrendo o céu e a terra.
Quando ele se retirou com uma cascata a descer corpo abaixo, chegou a vez de cada uma das intérpretes se exibir. Todas tão diferentes que não resisto a catalogá-las.


A primeira: a elegância


A segunda: A beleza

A terceira: a garra

A quarta: A resistência


O apogeu do espectáculo deu-se com um casamento cigano, onde se juntaram a beleza feminina com a masculinidade branca do rapaz, único dançarino do grupo.

Como balanço direi que não foi o melhor espectáculo de Flamenco que vi, mas, como sempre, conseguiu ter a forma do som, do corpo, da voz, suficientes para me encher os sentidos de prazer renovado.


Teresa David-fotos por mim tiradas