sábado, outubro 17, 2009

TÉDIO (poema inédito)

Vórtice de papagaios.
Grunhos de ignorância.
Sons sem sentido.
Ouço com os dentes.
Vejo sem ouvidos.
Na boca o azedo da rejeição.
Bruá de tédio e umbigos.
Ruídos sem tempo
que chegam na alvorada.
Pisco o olho ao negrume
e adormeço no dia.

Teresa David 2009