EPILOGO OU CURTA PASSAGEM POR TANGER
Quando chegámos a Tânger, saídos do Ferry Boat, bastante confortável, e, após uma vistoria cerrada ao carro, onde uma curiosidade ocorreu, porque, como mulher condutora, sou cuidadosa, mas caótica em alguns pormenores, daí ter na bagageira um saco de rebuçados de menta, já derretidos pelo calor, que os fiscais enfiaram na cabeça se trataria de qualquer droga. Acabei por pegar no saco, tirar o papel colado sobre um rebuçado que já não era mais do que um matéria viscosa, passá-lo para a mão do Guarda Fronteiriço só para chatear e sujá-lo todo. Surtiu efeito, porque com a mão colado ao rebuçado nos fez sinal para seguirmos!
Alguns quilómetros adiante, com a barriga já a dar horas, vimos um restaurante com bom ar, que no exterior tinha um parque infantil e um camelo que servia somente para a fotografia. Pormenor importante a reter: Foi o único camelo que vi em Marrocos.
Logo não poderia deixar de posar junto dele. Foi nesse restaurante que comi a primeira Tágide da minha vida e também, convenhamos, a melhor confeccionada, o que me fez pensar que fome não iria passar por aquelas bandas. Tanger foi uma grande desilusão, talvez ainda maior que Rabat. Como primeira cidade que visitava não esperava encontrar a imundície que vi e as minhas narinas também, ficando mesmo á beira do vómito. Mais tarde acabaria por me habituar que cada vez que nos aproximamos de uma cidade um cheiro pútrido inunda o nosso olfacto, provindo das carnes expostas ao sol, nos vários mercados.
Com o desanimo daquela abordagem citadina, nem saímos do carro, seguindo rapidamente para Rabat.
Resta acrescentar que os Ferry Boats não só são cómodos como têm bons restaurantes e bastantes lojas, em especial, ourivesarias, onde vendem as pérolas majorica, mas, igualmente, no regresso nada comprei. No percurso, ao longe vi Gibraltar. Nenhuma vontade de visitar o rochedo me surgiu, até porque, sempre o liguei ás maiores trapaças, ou não tivesse eu trabalhado tantos anos num Banco! Como balanço ficaram-me até hoje na recordação como os momentos mais interessantes, a cascata, as ostras, apesar do incómodo que tive depois, o exotismo de Marrakech e sem dúvida, Casablanca.
Creio que não voltarei a Marrocos, pois tantos outros sítios chamam a minha atenção. Contudo, ainda gostaria de ir á Tunísia, que me parece ter zonas históricas riquíssimas para visitar, praias calmas e com águas quentes, ao invés das que encontrei em Marrocos, banhadas pelo Oceano, impossíveis de lá meter o pé, por serem agrestes, geladas e talvez correr riscos de apanhar algum cadáver a flutuar!
Teresa David
Quando chegámos a Tânger, saídos do Ferry Boat, bastante confortável, e, após uma vistoria cerrada ao carro, onde uma curiosidade ocorreu, porque, como mulher condutora, sou cuidadosa, mas caótica em alguns pormenores, daí ter na bagageira um saco de rebuçados de menta, já derretidos pelo calor, que os fiscais enfiaram na cabeça se trataria de qualquer droga. Acabei por pegar no saco, tirar o papel colado sobre um rebuçado que já não era mais do que um matéria viscosa, passá-lo para a mão do Guarda Fronteiriço só para chatear e sujá-lo todo. Surtiu efeito, porque com a mão colado ao rebuçado nos fez sinal para seguirmos!
Alguns quilómetros adiante, com a barriga já a dar horas, vimos um restaurante com bom ar, que no exterior tinha um parque infantil e um camelo que servia somente para a fotografia. Pormenor importante a reter: Foi o único camelo que vi em Marrocos.
Logo não poderia deixar de posar junto dele. Foi nesse restaurante que comi a primeira Tágide da minha vida e também, convenhamos, a melhor confeccionada, o que me fez pensar que fome não iria passar por aquelas bandas. Tanger foi uma grande desilusão, talvez ainda maior que Rabat. Como primeira cidade que visitava não esperava encontrar a imundície que vi e as minhas narinas também, ficando mesmo á beira do vómito. Mais tarde acabaria por me habituar que cada vez que nos aproximamos de uma cidade um cheiro pútrido inunda o nosso olfacto, provindo das carnes expostas ao sol, nos vários mercados.
Com o desanimo daquela abordagem citadina, nem saímos do carro, seguindo rapidamente para Rabat.
Resta acrescentar que os Ferry Boats não só são cómodos como têm bons restaurantes e bastantes lojas, em especial, ourivesarias, onde vendem as pérolas majorica, mas, igualmente, no regresso nada comprei. No percurso, ao longe vi Gibraltar. Nenhuma vontade de visitar o rochedo me surgiu, até porque, sempre o liguei ás maiores trapaças, ou não tivesse eu trabalhado tantos anos num Banco! Como balanço ficaram-me até hoje na recordação como os momentos mais interessantes, a cascata, as ostras, apesar do incómodo que tive depois, o exotismo de Marrakech e sem dúvida, Casablanca.
Creio que não voltarei a Marrocos, pois tantos outros sítios chamam a minha atenção. Contudo, ainda gostaria de ir á Tunísia, que me parece ter zonas históricas riquíssimas para visitar, praias calmas e com águas quentes, ao invés das que encontrei em Marrocos, banhadas pelo Oceano, impossíveis de lá meter o pé, por serem agrestes, geladas e talvez correr riscos de apanhar algum cadáver a flutuar!
Teresa David
19 comentários:
se calhar, a tunísia deve ser bem melhor!!!
o meu post já está corrigido
um abraço
jorge vicente
Nalgumas partes conseguiste arrepiar-me! Beijos...
e, cheia de apetite, aqui fico à espera dos episódios seguintes, num outro país. Estão giríssimas as fotos com o camelo.
Gostei do post...as fotos estao girissimas e cá virei depois ver as tuas proximas aventuras! Beijos
Como acho, conseguiste tirar partido do melhor que Marrocos tinha para te dar!
Gostei imenso das fotos, particularmente de apreciar a descontração feliz que exibes. Tunísia...quantas vezes já o pensei? Cá te esperarei em outras terras.
Beijinhos
MAIS UMA CRÓNICA DE VIAGEM PITORESCA DA AUTÊNTICA "GULLIVERA" QUE TU ÉS...
ASSIM EVENTUAIS VISITANTES JÁ FICAM COM UMA IDEIA MUITO FIDEDIGNA DO QUE ENCONTRARÃO NO CASO DE UMA VISITA AS ESTAS PARAGENS DA AL-ARABI...
QTO AO CAMELO, ARRISCO-ME A PENSAR QUE JÁ TERÁS VISTO MAIS CÁ EM PORTUGAL DO QUE VISTE POR LÁ! ;))
ALIÁS UM BICHO BEM SIMPÁTICO E MANSO.. QUANDO É MESMO BICHO!
BEIJOCA TANGERINA :)
Talvez a Tunísia seja mais interessante, mas quanto a mim, também lá não voltaria. Beijos.
e hoje chove . Míudinha mas cerrada. Ontem praticamnete não choveu por aqui.
E vim até Marrocos para apanhar um pouco de Sol, eu k sou uma Mulher do SUL.
Vamos então, talvez, até Cuba, na altura em k Fidel sai.
Bj
Luz e paz
Olá Teresa
Podemos concluir que a tua viagem a Marrocos foi cheia de aventura!
Não faltou um pouco de tudo, mas fico admirado por só teres encontrado um camelo, estava convicto de que haveriam muitos!
Enfim..., gostei da tua narrativa.
Nas fotos estás sempre bem.
Beijinhos
Deixe-me brincar com a situação..Agora percebo porque não viajo até essas paragens, é que aqui pelos menos todos nos cruzamos com camelos á farata..É verdade que não podemos fazer a foto com eles, mas honestamente nemisso é apatecivel.. São camelos sem bossa mas que na nossa vida todos os dias fazem mossa. As fotos, pois claro, essas salvam o resto.. Não que não tenhamos paisagens tão bonitas ou mais, mas porque estamos aqui, deste lado do Atlantico e porque se convenciona chique passear por esses lugares.. Que me perdoem, gosto de gente lavada , de dentes tratados e Marrocos e arredores não primam pela limpeza..
Pois é, aquelas cidades têm uns cheiros tão estranhos, tão diferentes do "nosso mundo".
abraço Teresa
Teresa:
Apreciei estes belos relatos de viagens. Pese esse bom relato não me entusisma a ideia de viajar para o norte de África. Não sei mesmo explicar, acho que se trata de uma questão cultural acima de tudo. Aquelas comidas, aqueles cheiros, aqueles«as vestes, ...não...decididamente não!
E se gosto de viajar! Conheço relativamente bem grande parte da Europa, da nossa velhinha Europa.
Sou, decididamente, um europeu. Está mais do que visto!
Um abraço e obrigado por tão sugestivos relatos.
Jorge G.
Tenho um fascínio por Marrocos... e as tuas fotos e o texto estão óptimas, apetece lá ir e percorrer os caminhos que percorreste!
Muitos beijinhos!!!
Enquanto novos rumos não surgem, deixo um abraço e uma sugestão europeia ou duas, na Europa: A República da Irlanda e o Tirol austríaco, podendo perfeitamente dar um salto até a Baviera e aos belíssimos castelos do Luís, que dizem que era maluco, mas que deixou palácios e castelos que continuarão por muitos e muitos anos a fazer as delícias de quem os visita: Linderhof (palácio onde ele passava parte do ano com seu pai) e os castelos de Hohenschwangau e, sobretudo, o Neuschwanstein que serviu de modelo ao castelo da Cinderela.
Note: Para visitar este último, de manhã cedo, aconselho que passe a noite anterior numa pequenina mas encantadora cidade, onde termina a Romantische Strasse. Chama-se Füssen, e come-se lá... divinamente!
Mas, se calhar já conhece isto tudo, não?
Um abraço.
Hum... bela viagem!
Olá, Teresa - também já estive em Tânger, mas já não me lembro bem...
Decerto que estará diferente agora...
Como sempre, as fotos estão óptimas...
Beijos e abraços
Marta
Ó Teresa, um cadáver a flutuar?!!! Porquê? Esse medo tenho eu quando estou na praia a tomar banho. Mas eu conheço a razão: tinha uns sete anos, quando, na Ericeira, assisti à retirada de um rapaz que tinha morrido ao tentar salvar a namorada arrastada por uma onda. Nunca mais me esqueci. E tudo por causa da estupidez da empregada que me levou até lá, sem que a minha mãe soubesse, suponho.
Aaah a África, fascínio de tanto viajante; Marrocos, o deserto, os camelos…
Por amor da santa! Eu estou como a minha amiga (perdoe-me a intimidade), a África nunca mais. Uma "estadia" forçada em Angola foi mais que suficiente para ficar "vacinado".
África é linda na televisão. Isto enquanto não inventarem TV com cheiro e calor.
Morre-se de calor, em África.
É-se comido pelos mosquitos, em África.
Contrai-se paludismo, em África.
E quando eu lá estive levava-se tiros, em África.
E depois, há tanto camelo aqui… Porquê Marrocos? eheheh
"Creio que não voltarei a Marrocos, pois tantos outros sítios chamam a minha atenção. Contudo, ainda gostaria de ir á Tunísia, que me parece ter zonas históricas riquíssimas para visitar, praias calmas e com águas quentes, ao invés das que encontrei em Marrocos, banhadas pelo Oceano, impossíveis de lá meter o pé, por serem agrestes, geladas e talvez correr riscos de apanhar algum cadáver a flutuar!"
Imagino..,Casablanca é para comerciantes....e Morocco também tem outro lado de mar mediteranio como playa blance no north , you choose wrong places for u that others like.
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