sexta-feira, março 03, 2006


BALÕES

Soprem, soprem, até eu rebentar como um balão!

De mim sairá somente o vazio dos sentidos

O zumbido do ar

Já gente não sou
nem sequer indiferente

guardei o ar do sentir
na cova da face

Nos olhos vazios
por detrás do arrepio

Nos olhos brilhantes,
escondidos por elefantes
de raiva contida

Assumida

Já não vivo
estrebucho apenas,
com as mãos abertas
para apertar o deserto.

Sem nada de concreto
a não ser o desânimo,
e talvez o resquício
da vontade de estrangular
o tempo e o pensamento,

mas apesar de tudo
manter-me como sou!

Teresa David

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