
Abrir os olhos, erguer,
primeiros passos na casa,
um cigarro em jejum,
regresso á luz do dia,
regresso a um dia comum
A beata no chinelo,
Com um olho só aberto,
É o vislumbrar do caos,
é constatar que o filho
ainda está menos desperto
A seguir vou-me sentar,
para descansar do descanso,
planificar as tarefas,
olhar o sol reflectido,
na alva parede do terraço,
mas agora que só estou
não haverá nenhum abraço.
Nem bom dia matinal,
miro o gato que me olha,
e penso:
Está tão velho o animal!
A beata no chinelo
é recordação guardada,
nem o chinelo tem pé
nem a beata foi fumada!
Teresa David-foto minha
14 comentários:
Um despertar e tanto, espero que tenhas conseguido organizar as tarefas a que te propões para o dia... este e os seguintes
Interessante o ponto de partida - a beata no chinelo.
Um despertar suave e muito pessoal.
Obrigada pela partilha.
Beijos e abraços
Marta
..Andei por aí, e prometo voltar!
obrigada Teresa...:))))
aquela africa é quénia....e é de facto o paraíso....
uma boa noite..
e uma excelente fotografia para acompanhar um texto que apetece.
beijo.
Gostei do que vi e li.
Parabéns e bom fim-de-semana.
Bonita esta dança entre a imagem que guardamos da chinela solitária e do poema à medida que avançamos nas estrofes marcadas por ausências e recordações… e não é isso a vida ?
Alguém disse:
"Life must be understood backwards; but... it must be lived forward."
Acho o máximo! (Li isto ontem, por isso ainda me lembro, mas o Autor é que não consigo lembrar. Pena! Bem merecia que me lembrasse dele, depois de ter dito uma coisa tão acertada!)
:))))
Bom despertar.
Falta a chávena de café acabadinho de fazer, que delícia.
Beijos
Bom fim de semana
Ana Paula
Bom fim de semana
hoje andei por aqui e gosteiiii
jocas maradas de dias
está delicioso amiga.
Muito delicioso.
Bjs.
Bom domingo.
Luz e paz
Adorei a tua presença ontem! Obrigada. Beijinhos.
A solidão pesa mais nas manhãs. Ou nas noites insones.
Boa semana
Achei graça à ironia que está por detrás deste diário.
Hoje li do mais recente até aqui. Adorei!
Este então fez-me parar e sorrir! Têm a impressão digital da noite, os teus poemas; marcas dos momentos de solidão a que o poeta se obriga, em que o poeta se abriga. Contudo, sem obscuridade!
Um abraço! :-)
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