segunda-feira, maio 29, 2006



A MINHA NAMORADA

Pedi a Vida em namoro e ela disse que SIM,

fiquei inchada, feliz, mais convicta de mim.

Com o tempo a passar em harmonia total,

pedi-a então para casar, e ela disse que NÃO!

Desanimada fiquei com aquela negação,

e no canto me enfiei para melhor reflecção.

Foi então que compreendi

que a Vida é Liberdade,

não se lhe pode pôr amarras,

seja qual fôr a nossa idade!

Teresa David-foto minha tirada em Amarante

quinta-feira, maio 25, 2006



QUANDO CONSEGUIREI SAIR DESTE BURACO?

TERESA DAVID

segunda-feira, maio 22, 2006



O BEIJO DA ABELHA

Ah! Quem dera eu fosse rosa, que apesar de estar a fanecer, os insectos beijassem!

Me sugassem o pólen,

me trincassem as pétalas.

Então sentir-me-ia realizada, apaziguada.

Enfim, saciada! (aqui suspiro!!!)

Teresa David-foto tirada por mim na Eiralonga em Vilar-Trás-os Montes


Mesmo uma flor que a vida fez murchar pode resplandecer quando "um" sol a envolve!

Teresa David-foto tirada por mim dum arbusto em S. Mamede em Festa



Ao olhar para um canteiro de flores, ocorreu-me como a natureza se mistura sem nenhum preconceito de diferença de cor ou espécie. Que tal se lhe seguissemos o exemplo?
Teresa David-foto minha dum canteiro em S. Mamede em Festa

quarta-feira, maio 10, 2006






CONCÍLIO DAS DORES

Mulher por inteiro em corpo quebrado.

De pêlo na venta contra os moralistas de pacotilha.

Cabeça sempre erguida, com espartilho de sentir e pensar de aço.

Frida, devoradora de frémitos,

Mãe da beleza animal e vegetal,

transformando o obscuro em colorido festejo da Morte.


Frida Oaxaca gestora de si.

"La vaca independente" como se auto-nomeava,

em diário da sua verdade desnuda,

nas imagens molhadas a dores.

Frida resistente bandeira

da pertinácia de se manter em pé.

A ti Feminina/Andrógena, que inundaste o corpo com leite Indío,

presto a homenagem devida,

tendo a dor física também por companheira,

e as lágrimas escondidas atrás da máscara como tu.

Teresa David-quadros de Frida Khalo

terça-feira, maio 09, 2006


NUDEZ PANFLETÁRIA
Nada melhor que a nudez!
Fugir a todas as texturas que nos sufocam, apertam, oprimem.
Nada melhor que a nudez,
sobre uma relva húmida em dia de calor.
Nada melhor que a nudez,
sob um céu estrelado em noite de lua cheia.
Nada melhor que a nudez,
amolecida sobre um sofá a ler um livro, ou ver um filme.
Nada melhor quea nudez,
nas palavras que dizemos e ouvimos.
Nada melhor que uma comunidade,
nua de mentiras e preconceitos.
Dispamo-nos então, e olhemos, não os nossos corpos,
mas sim o pulsar das nossas emoções.
Deixemos que a natureza nos cubra o corpo,
com o calor, a água, o frio,
e que de nós emerga a única veste possível:
A NOSSA VERDADE!
Teresa David- quadro de Matisse

domingo, maio 07, 2006

DIA DA MÃE Olhamos os filhos no berço com a inquietação do desconhecimento do que irá ser o seu futuro.
Mais tarde, hoje, estou só, pensando neles, longe de mim, sem uma palavra ou um gesto de afago, mas a esperança que sejam felizes.
Teresa David 07.05.2006 -quadro de Berthe Morisot

sábado, maio 06, 2006




PALAVRAS Á SOLTA

As palavras transbordaram-me, e as de raiva ficaram em exibição calças abaixo!


Restou-me as que escolho para poetizar, que floriram nos meus sapatos!

Teresa David-fotos de mim


quarta-feira, maio 03, 2006



O CANHÃO

Amor, amor em anos-luz de fogo,

de fogo arquitectura da terra ao voo,

e voo, vou á lava dada ou retirada.

Oh! Asa

Quando no ventre o canhão desperta,

se incendeia e dispara,

o meu corpo em chamas se consome!

Amor, amar, Amor

é tristeza,

é banho de espuma

onde quero mergulhar,

és tu, Natureza!

Teresa David-quadro de Magritte


NO FUNDO DO MAR
É no Mar que mergulho,
me transformo em mulher-peixe.
Abro as guelras, e sugo os líquidos salgados,
fonte do prazer.
Serpenteio as barbatanas por entre os tubarões que me ignoram.
Junto-me ao cardume dos pequenos peixes, que vibram,
estremecem, poetizam, nadam velozmente contra os poderosos.
Numa gruta me escondo de quem mal me quer fazer,
e espero, espero longamente, um peixe para acasalar,
antes que a onda regresse,
e á terra me faça voltar.
Teresa David-quadro de Magritte