
RESSACANDO
Adormeci o vício,
agora, apenas entreabro os olhos
fugazmente,
entre longas estadias na sobriedade.
Já a realidade não me assusta,
enfrento-a sóbria,
bato o pé ao que renego.
Troquei o alcóol pela água abundante,
e tudo isto só para não reviver
a ressaca do dia seguinte,
megera de cem cabeças,
que se enevoam e agigantam pelas paredes.
Medusas sanguinárias.
Agora embebedo-me de palavras e imagens.
Em paz fiquei,
rejeitando de vez,
o Mundo desfocado que já habitei.
Teresa David-quadro de Munch de nome-O dia seguinte
3 comentários:
Vim lendo por aí abaixo. cruas como a vida (dizem tanto: "nunca ninguém te disse k a vida te ia tratar bem..."). duras e cruas. Mas certeiras.Menos ada menina. Colocas o murchar como uma realidade/verdade absoluta e não necessariamnete, na minha óptica. Há pessoas k morrem velhas e mimaram e guardaram a "menina" nelas. Conheço várias, homens e miulheres mas + das 1ªs. Outro dia conheceste uma. A k está agora internada. Nela a menina NUNC murchou. Daí asua longevidade, joie de vivre e...força para todas as perdas k tem tido.
bjoca e boa semana
Lindo e doloroso este poema!
São bonitos os teus poemas, mas fazem doer muito...
E, no entanto, tão próximos do real, das marcas deixadas por um vida que se adivinha dura, como qualquer vida!
RESSACANDO UMA PALAVRA QUE EU BEM CONHEÇO E SÓ DE PENSAR NELA ME DÃO ARREPIOS
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