
Em 1994 escrevi estas quadras, ao jeito do Tolentino, a brincar com quem vive mais através das novelas do que a sua própria vida. Infelizmente hoje ainda estão mais actuais do que nessa época, pelo que aí vão:
A DEVORADORA DE NOVELAS
Lá está ela, lá está ela
Em frente ao televisor
romoendo a sua raiva
mastigando o seu rancor.
Rancor contra a personagem
Que naquela história roubou
O marido da mulher
Que entretanto se suicidou!
- Olhem-me só para isto!
É tal e qual a realidade!
Aquela pobre mulher
Até tinha a minha idade!
- O que queres? Já lá vou!
Grita então para o marido
Vens agora interromper
quando o homem foi ferido!
- Pronto! Está tudo estragado!
Já fiquei sem saber
Se o pobre do coitado
também ele vai morrer!
Teresa David
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