
CASABLANCA
Esta é sem dúvida a cidade marroquina mais europeia que visitei. Também foi a única onde nos atrevemos a sair á noite. Daí surgiu uma história bastante curiosa que contarei mais adiante.
Muito limpa, luminosa, e com pombos, foi onde me aconteceu a única contrariedade da viagem. Ao regressar do almoço tinha uma roda do carro bloqueada. Sim, curiosamente em Marrocos, em 1999 já bloqueavam os carros! Paga a multa que não me lembro se foi cara ou não, mas também não é assunto relevante, passeámo-nos pela cidade.
Vários alertas me tinham sido dados, como já referi, entre eles, nunca beber água senão de garrafa, nem sumo de laranja que vendem em carrinhos de mão, feito na altura, mas depois de as laranjas estarem horas ao sol intenso.Daí o encontro com o aguadeiro apenas ter servido para tirar uma foto com o chapéu típico dele ao seu lado.

Mais uma vez as mulheres, risonhas, sozinhas, se encontravam um pouco por todo o recinto, algumas delas, repousando na amurada que tombava no mar.





As praias todas preparadas para as crianças com diversões e piscinas, sim, porque o mar é tão bravio naquela zona que não apetece muito entrarmos nele. No entanto, as próprias piscinas são cheias de água filtrada do mar e purificada.
Neste hotel tive o melhor quarto, de tamanho tão grande que poderiam nele pernoitar pelo menos 5 pessoas, sem colidirem umas com as outras. Tinha uma varanda onde se via a cidade, mas também a piscina, a melhor onde me banhei. Da porta do quarto se olhasse para baixo via-se o átrio, ou bar, onde se podia ao serão beber um chá de menta, aliás, esse espaço era visível de todos os ângulos interiores do Hotel.



Após um jantar num restaurante Libanês para variar das tágides que já me começavam a enjoar, tirei uma foto com um cachimbo de água, que, não fumei por temor de ficar fora de mim, quando, afinal é completamente inofensivo pois são cheios de frutos. Vim a contactar isso, com grande ironia, quando abriu há uns anos um Bar Árabe bem em frente da minha casa, onde aí, finalmente, provei o cachimbo. Também se tivesse efeitos secundários era só atravessar a rua!


Acabei por fotografar o cantor através dum espelho para não atingir o ângulo nevrálgico, a orquestra e o dançarino que achei a maior das graças, pois, movimentava-se com um tabuleiro cheio de velas acesas e copos á cabeça.



Noite que é noite não acaba senão de dia, logo, seria impensável deixar as discotecas de fora do circuito.
E foi exactamente aí que algo de bizarro e inédito na minha vida aconteceu.
Ao contrário do que esperaria havia muitos casais, homens com as várias mulheres e homens e mulheres sós.
Sentados a mirar, particularmente, os homens que dançavam maneando-se duma forma extremamente feminina, reparámos numa mulher belíssima que nos mirava amiúde. Não ligámos, talvez fosse por sermos estrangeiros.
Eram 5 da matina quando saímos rumo ao Hotel que se situava a dois quarteirões dali. Íamos a conversar e comentar tudo o que tínhamos visto quando um táxi parou junto a nós. Dele saiu a bela mulher da discoteca, dirigiu-se ao meu amigo e disse-lhe algo em voz baixo que não consegui entender. Os olhos dele estavam a ficar malandrados e eu
curiosa. Ela voltou para o táxi e questionei-o de imediato.
Ela oferecera-se para vir para a cama com os dois, coisa que por aquelas bandas é absolutamente natural! Claro que reagi de imediato: Bem, até é chato não ires com ela que era bem bonita, mas como partilhamos o quarto ficar á porta á espera que tratasses do assunto seria um pouco humilhante não achas?
No quarto cada um na sua cama, sim porque amigo é amigo não namorado, logo, não dormi, nem estive acordada na cama com ele, ainda rimos sobre o assunto, embora ele não tivesse evitado dizer: Mas foi pena!
Teresa David- fotos minhas

Os contos das mil e uma noite que preenchem o meu imaginário infantil, tornaram-se realidade perante algumas coisas que vi com os meus olhos nessa terra, onde toda a arquitectura é idêntica e de cor salmão ou rosa velho.
Homens passeavam pequenos macacos pela trela e outros chegavam-se aos turistas com cobras enroladas ao pescoço. Como os répteis não são decididamente uma espécie da qual me apeteça muita aproximação, qando um desses tipos se acercou de mim, parece-me que se tivesse sido conometrado o tempo da minha corrida dali para fora, estaria muito perto de uma medalha de ouro olímpica. Na debandada desembocamos num beco onde surgiu um homem a oferecer-se para nos servir de guia na visita ás lojas dos becos. Em Marrocos aparecem do nada homens a interpelarmos. Aceitámos. Primeiro descobri a gruta do Ali Bábá, depois uma farmácia de produtos farmaceuticos artesanais, donde trouxe uns unguentos que me fizeram verdadeiros milagres no corpo durante mais de 3 anos!
Finda as andanças pelas lojas de artigos artesanais, tapetes, roupas e os famosos artigos farmacâuticos, continuámos a percorrer as ruas indo ter a um serralho, com janelas de grade e cadeados, mas a porta aberta!



Foi um dia cansativo daqueles em que se quer ver tudo ao mesmo tempo, tantas as coisas que nos rodeiam e nos despertam a atenção.


Teresa David-fotos minhas

No pavilhão pequeno, na parede tinha, escrita a giz, num quadro de ardósia, uma listagem com os preços relativos á quantidade de ostras prentendidas. Como constactei que quanto maior fosse a número delas, o preço relativo seria inferior, escolhi uma travessa grande.

Após nos instalarmos era hora de jantar, mas o meu estômago continuava a ter aquela desagradável sensação de enfartamento, pelo que me limitei a entrar no bar do hotel e beber umas litradas de chá de menta que não impediram que tivesse a única noite ínsone e desconfortável da viagem, com a permanente sensação dos bicharocos a caminharem nas minhas entranhas, que iam bicando á sua passagem.










