PASEO DE LOS TRISTES EM GRANADA
Quando se volta ao cabo de muito tempo a um mesmo sítio que mexeu com as nossas emoções, neste caso estéticas, por vezes gera-se um sentimento de desilução. Não desta vez em que passear de novo no Paseo de los tristes, me reactivou a sensação de bem estar já vivida.
A muralha guarnecida de vegetação que subia até faustosos palácios,

o pequeno riacho translúcido, albergue nas suas margens, de gatos que se apinham sobre pequenas rochas. Á esquerda o desenrolar de arquitectura mediaval ou renascentista, bem cuidada como todo o património em Espanha.


Para descanso das caminhadas escolho sempre uma esplanada num sítio embelezado pela natureza ou construções com a pátina dos tempos.Daí ter repousado as fatigadas pernas cercada pelos diversos encantos do local, que, voltei a mirar no regresso a casa.












que se tornam o lar dos inúmeros gatos que habitam o parque












Quatro boas dançarinas, com o salero estampado nas faces, batiam palmas,
enquanto um homem aciganado fazia soltar os sons guturais tão característicos do cante.
Um rapaz bastante jovem, de pele anormalmente alva, nada comum num bailarino de flamenco, invadiu o palco. Na cara a expressão concentrada de quem sente o que está a fazer. Os pés moviam-se em ritmo de tempestade, as mãos empranchavam-se percorrendo o céu e a terra.
Quando ele se retirou com uma cascata a descer corpo abaixo, chegou a vez de cada uma das intérpretes se exibir. Todas tão diferentes que não resisto a catalogá-las.
A segunda: A beleza
A terceira: a garra
A quarta: A resistência
Como balanço direi que não foi o melhor espectáculo de Flamenco que vi, mas, como sempre, conseguiu ter a forma do som, do corpo, da voz, suficientes para me encher os sentidos de prazer renovado.

