domingo, agosto 06, 2006



INAUGURAÇÃO

Saí do buraco negro deixando para trás a minha festa de imagens, qual corpo inerte em capela mortuária fechada á meia noite.

Evoco os tempos em que se velavam os entes queridos até á Alba.

Como cadaveres os deixei, e agora olho os néons das várias caves de Vinho do Porto, que deslizam e se espelham no Douro.

A noite parada, sem uma aragem sequer, mas também desprovida de calor tórrido, mantêm-me presa a uma esplanada vazia, meramente na companhia de um balão líquido.

Brindo a mim, enquanto me deixo tapar pela noite agradável, onde apenas o som dos carros que de quando em vez passam, quebra o silêncio macio.

Teresa David - 23.07.06

1 comentário:

Logos disse...

A arte e o alimento, ambos viscerais