
O ARMÁRIO DAS PERDAS
Como um armário o corpo deveria ter gavetas.
Nelas guardaria as mágoas fechadas á chave,
no compartimento dos sentimentos
não partilháveis.
Os ferrolhos enferrujariam
na voragem do tempo.
Restaria sempre no corpo
a pequena alfinetada
que ainda se espetaria no peito,
quando alguns rostos aflorassem a memória.
Outubro 2007
Teresa David