segunda-feira, março 23, 2009

foto retirada na net

O ARMÁRIO DAS PERDAS


Como um armário o corpo deveria ter gavetas.

Nelas guardaria as mágoas fechadas á chave,

no compartimento dos sentimentos

não partilháveis.




Os ferrolhos enferrujariam


na voragem do tempo.





Restaria sempre no corpo


a pequena alfinetada


que ainda se espetaria no peito,


quando alguns rostos aflorassem a memória.




Outubro 2007




Teresa David




18 comentários:

Conceição Paulino disse...

já o dise uma vez aqui e volto a dizer: encontraste a tua linguagem poética. inequívocamente.
bjs
luz e paz contigo
P.S - obrigada pela força à Inês

Paula Raposo disse...

Mas o nosso corpo tem gavetas onde se vão guardando as coisas. Umas boas, outras nem tanto. Muitos beijos.

Justine disse...

Que bom seria se assim fosse: fechávamos à chave as gavetas das mágoas e perdíamos a chave para sempre!
Abraço

eugenia bettencourt disse...

Amiga, a tua originalidade é soberba.Acho fantástica a ideia de termos gavetinhas para arrumar de vez o que não nos é util. Beijos e tudo de bom para ti. Estás lindissima.
Gena

Fragmentos Betty Martins disse...

._____querida Teresa








uma uma realidade



_____que por vezes quando

abrimos "algumas" gavetas de certos armários

_____de imediato levamos umas "alfinetadas"_____ dos "rostos" que se libertam do arquivo da nossa memória________...





_________///




a aguarela é linda:=)







beijO____ternO
bSemana

ASPÁSIA disse...

AS GAVETAS DA MEMÓRIA NUNCA SE FECHARÃO POR COMPLETO, MAS DENTRO DO SEU BRIC-A-BRAC DE VIVÊNCIAS NÃO SE ENCONTRAM SÓ ALFINETES, TAMBÉM ALGUMA PÉTALAS QUE AINDA NOS PODEM ACARICIAR COM UMA RÉSTEA DE PERFUME...
ENFIM, DITO DE OUTRO MODO, NÃO HÁ ROSAS SEM ESPINHOS!

BEIJINHO PRIMAVERIL

Luis Eme disse...

acho que tem, Teresa, nem sempre estão é fechadas à chave...

bjs Teresa

bettips disse...

Sempre me identifiquei com aqueles contadores indianos, de muitas gavetas e segredos atrás delas. Certo era, como diz a Justine, perder a chave de "muitas"!
As tuas palavras dizem de alfinetadas na memória; e são elas que nos sobressaltam. Um texto sentido, aqui também.
Bjinho

Unknown disse...

No corpo e na alma temos várias gavetas !!!
Gavetas que fazem parte das nossas recordações, boas ou más, elas fazem de nós as pessoas que somos...
Um grande beijo

Sofá Amarelo disse...

Gostei desta armário das memórias - também tenho um onde aferrolho as lembranças dos tempos bons...

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá, belo trabalho...Soberbo....
Beijos

Licínia Quitério disse...

Todas as gavetas são violáveis. Basta a lembrança de um odor, um pequeno gesto e...voilà, não há ferrolho que resista.

Beijos.

Tozé Franco disse...

Olá Teresa.
Todos nós temos as nossas gavetas onde vamos guardando muitas coisas.
Às vezes sou um pouco desarrumado, mas lá vou conseguindo sobreviver...
Um abraço.

Jorge P. Guedes disse...

Um poema bem conseguido!

As alfinetadas suportam-se, guardadas nas gavetas as pedras.

Um abraço e MUITA SAÚDE.

jorge vicente disse...

e é sempre a memória que coze
o alfinete das recordações que
nos fazem sentir pequenos poemas
interiores.

um grande beijinho, minha amiga
jorge

Jorge P. Guedes disse...

Passo e deixo o meu abraço.

Jorge P.G.

M. disse...

O melhor é não abrir as gavetas das mágoas.

Silvestre Raposo disse...

Olá Teresa cheguei pelo Blog da Bety num post sobre a Luisa Basto. Tenho uma foto do programa do Paco Bandeira Diver(c)idades onde está a Luisa que pode ter interesse. Quanto a este Blog fiquei encantado. gosto. excelente trabalho.