O ROMEU
O Romeu Correia até tinha Julieta e tudo, não como amor de perdição, mas sim, como filha.
O seu afecto conjugal ia para a Almerinda Correia, que tinha sido campeã de atletismo nos seus tempos áureos de jovem de longas pernas e cabelos revoltos.
O Romeu Correia até tinha Julieta e tudo, não como amor de perdição, mas sim, como filha.
O seu afecto conjugal ia para a Almerinda Correia, que tinha sido campeã de atletismo nos seus tempos áureos de jovem de longas pernas e cabelos revoltos.
Almerinda Correia exibindo as suas medalhas
Quando se juntaram – segundo me contou o Romeu – o dinheiro era exíguo, daí quando ele recebeu o primeiro ordenado como cobrador do BNU, cobriu o corpo desnudo da mulher com as notas do ordenado. É verdade que nesses tempos se recebia em dinheiro num envelope, também assim recebi o meu primeiro salário de bancária.
Conheci-a, já no papel de companheira apagada, do seu fogoso marido que era um exímio contador de histórias carnais.
Ironicamente, já que vivo há 30 anos em Almada, foi no Café Império, junto ao elevador de Santa Justa, já destruído, para se tornar mais uma casa de hambúrgueres, que me cruzei com ele, sentado sempre numa mesa ao fundo junto á janela, onde escrevia e falava só com as suas letras.
Nem sei bem como, um dia cumprimentou-me, talvez por já me conhecer de vista, pois era assídua do local e, acabei por diversas vezes me sentar na sua mesa, para ouvir as suas histórias dos tempos que fora lutador de boxe, estas ilustradas por fotos em pose de lutador com as luvas calçadas e tudo!
Equipado para um combate a lutar em brincadeira com a AlmerindaConheci-a, já no papel de companheira apagada, do seu fogoso marido que era um exímio contador de histórias carnais.
Ironicamente, já que vivo há 30 anos em Almada, foi no Café Império, junto ao elevador de Santa Justa, já destruído, para se tornar mais uma casa de hambúrgueres, que me cruzei com ele, sentado sempre numa mesa ao fundo junto á janela, onde escrevia e falava só com as suas letras.
Nem sei bem como, um dia cumprimentou-me, talvez por já me conhecer de vista, pois era assídua do local e, acabei por diversas vezes me sentar na sua mesa, para ouvir as suas histórias dos tempos que fora lutador de boxe, estas ilustradas por fotos em pose de lutador com as luvas calçadas e tudo!
Eu tinha na altura 18 anos e, as reviravoltas da minha vida fizeram com que só o voltasse a ver, quando, já vivia em Almada, volvidos 10 anos.
Facilmente o reencontrei em eventos ligados á cultura e percebi o respeito que a cidade lhe tinha, tanto que tem uma rua, uma escola secundária e um fórum em Almada com o seu nome.
Gostava de tomar café comigo e o meu companheiro e contar-nos aquelas histórias escaldantes que certamente não haveria muita gente a quem poderia relatar, inventadas ou não, dentre as quais destaco a da cigana que tocava castanholas quando atingia o orgasmo!
Anos atrás, mais concretamente em 1996, encontrei-o no centro da cidade de Almada, branco como a cal. Um arrepio percorreu-me o corpo porque lhe vi a morte na cara. Faleceu dois dias depois de ataque cardíaco.
A cidade ficou menos colorida.
Teresa David-fotos retiradas da Net
Facilmente o reencontrei em eventos ligados á cultura e percebi o respeito que a cidade lhe tinha, tanto que tem uma rua, uma escola secundária e um fórum em Almada com o seu nome.
Gostava de tomar café comigo e o meu companheiro e contar-nos aquelas histórias escaldantes que certamente não haveria muita gente a quem poderia relatar, inventadas ou não, dentre as quais destaco a da cigana que tocava castanholas quando atingia o orgasmo!
Anos atrás, mais concretamente em 1996, encontrei-o no centro da cidade de Almada, branco como a cal. Um arrepio percorreu-me o corpo porque lhe vi a morte na cara. Faleceu dois dias depois de ataque cardíaco.
A cidade ficou menos colorida.
Teresa David-fotos retiradas da Net
19 comentários:
Para mim, ele será sempre O Vagabundo das Mãos de Ouro, uma história sua lida na juventude e que releio, por vezes.
Um beijinho, Teresa.
O Romeu era um grande contador de histórias.
Foi graças a ele que descobri Almada.
abraço Teresa
Amiga:
Como é bonita a tua forma de nos contares histórias vividas. Obrigada por mais esta. bjs Gena
Mais um retrato pintado com as cores da amizade e da ternura!
(e gosto muito da tua aguarela, parabéns:))
não o conhecia bem, mas pelas tuas palavras, fiquei com vontade de conhecer!!!
tu também és uma excelente contadora de história e de emoções!!!
um beijinho e até amanhã
jorge
Parece que te oiço ao vivo... :-)
o sabor de uma história de vida de um café. No Império também vivido.
Boa viagem ao filhote e tu fica bem k o tempo corre e não tarda ele volta
Bjs
Luz e paz e boa semana amiga.
Teresa:
Deixe-me desde já cumprimentá-la pela bonita aguarela, técnica de pintura de que tanto gosto!
Adorei, uma vez mais, esta história àvolta de romeu Correia e da sua companheira de quem não me lembro, para pena minha.
Boa saúde e um grande abraço.
Jorge P.G.
TERESITA
MAIS UM RELATO INTERESSANTE DOS TEUS ENCONTROS E DESENCONTROS COM ESTE HOMEM DE LETRAS E HISTÓRIAS. NÃO LI NADA DELE, MAS TALVEZ TENHA OUVIDO PEÇAS DE TEATRO RADIOFÓNICO, CREIO.
MUITO CURIOSO O FACTO DE SUA FILHA SE CHAMAR JULIETA, O QUE NÃO TERÁ SIDO POR ACASO.
QUANTO a`TUA PINTURA COMO TE DISSE NÃO VEJO AS IMEGENS DE TOPO DOS BLOGS, PELO RELÓGIO QUE O SINEIRO FEZ, FICO COM UMA IDEIA APROXIMADA, MAS TALVEZ MA POSSAS ENVIAR POR MAIL.
BEIJINHOS
Gosto do novo visual, arejado e colorido!
A história... esses bocados de vidas cruzadas com a tua, é um hino à humanidade que existiu, tão funda nesses tempos! Obrigada TD por no-la contares, são estas pequenas coisas que tornam o nosso mundo Diferente.
Beijinho especial hoje.
Bonita forma de contar histórias vivas! Por isso elas ficam...
abraços!
._______querida Teresa
histórias vividas ou não______mas que marcam quem as (ouve) lê
beijO_____ternO
Olá, amiga!
Conheci o Romeu Correia, mas nada sabia do resto.
O endereço da minha poesia é:
http://vieiracalado-poesia.blogspot.com
Obrigado pelo seu interesse.
Bjs
Obrigada amiga...0brigada pela história que aqui vais cumprindo...beijos...
Mais uma bonita história, Teresa!! Beijinhos.
Ainda me lembro dos relatos de futebol na voz do Romeu Correia antes do 25 de Abril - um senhor da palavra, um homem de uma cultura superior - a Câmara de Almada tem-lhe feito a homenagem que ele merece!
Que privilégio tu tê-lo conhecido!!!
Muitos beijinhos!!!
UM GRANDE ABRAÇO E SAÚDE!
Bom fds.
Olá Teresa.
Lembro-me bem de ter lido os "Bonecos de Luz", um história que me encantou, como me encanta a maneira como a Teresa conta estas histórias.
Um abraço.
É bom vir aqui ouvir estas histórias que connosco partilhas,Teresa!
Sempre interessantes, sempre especiais!
Beijinho e boa semana!
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