Espreito ás portas dos cafés
procurando cadáveres
e vejo-os
Transparentes, com feições etérias
Ninfas assexuadas e machos castrados,
sem vísceras nem alma
viscosos alguns
líquidos outros
Enormes olhos azuis, verdes, castanhos
Bocas carmim pintadas a sangue
nas nãos as folhas brancas esvoaçantes
Aproximo-me e o meu corpo trespassa-os
deixando-me perfumada de jasmim
e fica-me no corpo o frémito
de ter penetrado a eternidade
Teresa David/95 - quadro de Marc Chagall
2 comentários:
essas palavras tocaram cá dentro...
grande dom!!!
beijos***
Teresa vejo que tambem escreves o ..."surrealista".
Na minha opinião está arrebatador.
Estou desejosa do nosso chá.
Um beijo
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