domingo, janeiro 02, 2011

ATÉ SEMPRE, AMIGOS E AMIGAS


AMIGAS E AMIGOS


A TERESA DAVID PARTIU NO DIA 31 DE DEZEMBRO DE 2010, DEIXANDO-NOS FISICAMENTE, MAS PERMANECENDO PARA SEMPRE NOS NOSSOS CORAÇÕES E MEMÓRIAS.
EM SEU NOME E CRENDO QUE ELA, COMO MINHA AMIGA, O APROVARIA, DEIXO UM GRANDE ABRAÇO A TODOS OS AMIGOS E AMIGAS.
EM MEU NOME PARTICULAR, E MAIS NÃO PODENDO QUE DEIXAR AQUI ESTA SUA MEMÓRIA, FIZ ESTA COLAGEM DE FOTOS EM SUA HOMENAGEM E QUERIDA LEMBRANÇA.

ATÉ SEMPRE, TERESA!

(Postado por Leonor Nascimento - Aspásia)

quinta-feira, maio 06, 2010

CORPO DE CRISTAL

Toca-me como se fosse de Cristal.

Só as pontas dos dedos serão viáveis.

Ao invés de pressão, uma ligeira aragem,

sobre a penugem do corpo,

que se tornará verde de arrepio.

Teresa David/2010 (fotos tiradas por mim)


O CACTO


Era um cacto pequenino, ínfimo,


Cresceu, pariu e floriu,


Na justa medida da tua ausência.



Teresa David/Maio 2010


domingo, abril 04, 2010

aguarela por mim pintada em Jan/2010

ATITUDES I

Entrelaçam-se os olhos
Com gelo a escorrer cara abaixo.

Corpos imóveis em rigidez total.

Das bocas sai o silêncio.

Apenas um ligeiro batucar dum pé
Relembra que são seres vivos.


ATITUDES II

Corre, corre, corre.

O suor salpica-lhe a cara,
Cola-lhe a roupa ao corpo.

Corre, corre, corre
Até cair fulminado por um raio.


LEVITAÇÃO

A trote atravessa as grades

A passo esbarra com a parede

A galope alcança o voo

Fica a pairar entre a terra
E as nuvens que se adensam.

ESCOLHA

O céu dividiu-se.

Dum lado o sol brilha
Do outro está cinza chuvosa.

Saltito entre os dois lados
A experimentar os opostos.
Hesito na escolha.

O sol é aliciante mas…

Então um soberbo arco-íris
Surge no cinza
Atraindo-me hipnoticamente
Para si.


QUIMIO

Os tubos enrolam-se-me
Por todo o corpo.
Dentro de mim uma maré química
Torna-me sonolenta.

A cara fez-se árvore

Nas pernas a tremura

Caio num torpor sem sonhos
Que me afasta de mim.

Fico num limbo,
No meio de algas
Que me aconchegam
Mas gelam.

Restam as mãos
Tornadas transparência
Onde nada já se segura.

Adormeço por fim.

Teresa David/2010





Após uma ausência de algum tempo e de vazio criativo, alguns poemas me surgiram esta semana e aqui os partilho convosco.

terça-feira, fevereiro 16, 2010


ADENOCARCINOMA

Cada pessoa enfrenta os maus momentos de forma diferente.
Existe quem se envolva e retire prazer, lamuriando até ao infinito.
Quem não se queixe mas esteja a morrer por dentro de angústia.
No meu caso decidi fazer uma aguarela com a cara da doença como forma de exorcizá-la para fora de mim.
Teresa David

domingo, janeiro 03, 2010

A DAVID E O GOLIAS

Dia 4 de Janeiro. O ringue já está preparado para o 6º round entre a David e o Golias. A Menina de mamas grandes e saia curta circundará o espaço com o letreiro ao alto da cabeça a anunciar o combate.
Golias aparecerá mais forte do que nunca, mas a David exercitou-se bem para mais uma vez o deitar ao tapete.
O árbitro não fará batota e vencerá mesmo o mais forte.
Hoje é dia 3 e partirei para o estádio. Como não sei o tempo que levará a derrotar o inimigo aqui ficam uns abraços bem apertados para todos que têem sido espectadores dos meus combates.
Teresa David

quinta-feira, dezembro 03, 2009



SABOR DE DEZEMBRO

Pela chaminé desceu
o tempo por viver.
Na árvore estão
suspensas as penas.
Á volta, o silêncio sufocante,
a gritar
Na mesa a comida
Acabou.
Os sonhos foram escritos.
Rabanadas de risos
Sem crianças presentes
Resta o sabor da neve
Que não caiu.

Teresa David/2009
Poema que irá fazer parte de uma colectânea de nome Espontâneos de Natal-2009, a sair este mês, editada por Maria Melo.

domingo, novembro 08, 2009



O meu livro foi ontem lançado no Palácio Galveias. Poderão ver algumas imagens bonitas, tiradas por uma querida amiga aqui:

http://www.flickr.com/photos/scarlet-poppy/4084878858/

e dentro desse site aparece um link com mais fotos.

Entretanto se houver quem esteja interessado em adquirir o livro directamente a mim, ou por correio, poder-me-á dar nota disso através do meu email: teresadavid52@gmail.com.

O dia de ontem fui muito emotivo e sugeriu-me o seguinte poema:



LANÇAMENTO



No Espaço voou o livro parido,

ramalhete de pessoas no reverso

do vulgar.

O perto distante,

o desconhecido que apareceu.

Palavras que se soltam, esquecem.

Efémero momento do esventrar

das sensações com gente



Teresa David/2009